terça-feira, 27 de setembro de 2011

Religião

Lugares sagrados:A religião era politeísta, constituída de forças do bem e do mal. O bem era representado por tudo aquilo que era importante para o homem como a chuva e a luz do Sol, e o mal, por forças negativas, como a seca e a guerra.
Os huacas, ou lugares sagrados, estavam espalhados pelo território inca. Huacas eram entidades divinas que viviam em objetos naturais como montanhas, rochas e riachos. Líderes espirituais de uma comunidade usavam rezas e oferendas para se comunicar com um huaca para pedir conselho ou ajuda

Sacrifícios:Os incas ofereciam sacrifícios tanto humanos como de animais nas ocasiões mais importantes, maioria das vezes em rituais ao nascer do sol. Grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais, exigiam grandes sacrifícios que poderiam incluir até duzentas crianças. Não raro as mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das vezes os sacrifícios humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados ou derrotados em guerra, como tributo à dominação. As vítimas sacrificiais deviam ser fisicamente íntegras, sem marcas ou lesões e preferencialmente jovens e belas.
De acordo com uma lenda, uma menina de dez anos de idade chamada Tanta Carhua foi escolhida pelo seu pai para ser sacrificada ao imperador inca. A criança, supostamente perfeita fisicamente, foi enviada a Cuzco onde foi recebida com festas e honrarias para homenagear-lhe a coragem e depois foi enterrada viva em uma tumba nas montanhas andinas. Esta lenda prescreve que as vítimas sacrificiais deveriam ser perfeitas, e que havia grande honra em conhecerem e serem escolhidas pelo imperador, tornando-se, depois da morte, espíritos com caráter divino que passariam a oficiar junto aos sacerdotes. Antes do sacrifício, os sacerdotes adornavam ricamente as vítimas e davam a ela uma bebida chamada chicha, que é um fermentado de milho, até hoje apreciada.

Festivais:Os incas tinham um calendário de trinta dias, no qual cada mês tinha o seu próprio festival.
Os meses e celebrações do calendário são os seguintes:

Janeiro:Pequena colheita
Fevereiro:Grande colheita
Março:Ramo de flores
Abril:Dança do milho jovem
Maio:Canção da colheita
Junho:Festival do Sol
Julho:Purificação terrena
Agosto:Sacrifício de purificação geral
Setembro:Festival da rainha
Outubro:Festival da água
Novembro:Procissão dos mortos
Dezembro:Festival magnífico



Costumes funerários:Os incas acreditavam na reencarnação. Aqueles que obedeciam à regra, ama sua, ama llulla, ama chella (não roube, não minta e não seja preguiçoso), quando morressem iriam viver ao calor do sol enquanto os desobedientes passariam os dias eternamente na terra fria.
Os incas também praticavam o processo de mumificação, especialmente das pessoas falecidas mais proeminentes. Junto às múmias era enterrado uma grande quantidade de objetos do gosto ou utilidade do morto. De suas sepulturas, acreditavam, as múmias mallqui poderiam conversar com ancestrais ou outros espíritos huacas daquela região. As múmias, por vezes eram chamadas a testemunhar fatos importantes e presidir a vários rituais e celebrações. Normalmente o defunto era enterrado sentado.

Continuação da Civilização Inca

Moeda:Os incas não usavam dinheiro propriamente dito. Eles faziam trocas ou escambos nos quais mercadorias eram trocadas por outras e mesmo o trabalho era remunerado com mercadorias e comida. Serviam como moedas sementes de cacau,milho e também conchas coloridas, que eram consideradas de grande valor.

Caça:Os incas usavam o arco de flechas e zarabatanas para caçar animais como cervos, aves e peixes que lhes forneciam carne, couro e plumas que usavam em seus tecidos. A caça era coletiva e o método mais usual era de formar um grande círculo que ia se fechando sobre um centro para onde iam os animais.

Economia:O Império Inca tinha uma organização econômica de caráter próximo ao modo de produção asiático, na qual todos os níveis da sociedade pagavam tributos ao imperador, conhecido como O Inca. O Inca era divinizado sendo carregado em liteiras com grande pompa e estilo. Usava roupas, cocares e adornos especiais que demonstravam sua superioridade e poder. Ele reivindicava seu poder dizendo-se descendente de deuses (origem divina do poder real). Abaixo do Inca havia quatro principais classes de cidadãos.

A primeira era a família real, nobres, líderes militares e líderes religiosos. Estas pessoas controlavam o Império Inca e muitos viviam em Cusco. A seguir, estavam os governadores das quatro províncias em que o Império Inca era dividido. Eles tinham muito poder pois organizavam as tropas, coletavam os tributos cabendo-lhes impor a lei e estabelecer a ordem. Abaixo dos governadores estavam os oficiais militares locais, responsáveis pelos julgamentos menos importantes e a resolução de pequenas disputas podendo inclusive atribuir castigos. Mais abaixo estavam os camponeses que eram a maioria da população.

Religião:Os Incas eram extremamente religiosos e viam o Sol e a Lua como entidades divinas às quais suplicavam suas bençãos, fosse para melhores colheitas, fosse para o êxito em combates com grupos rivais. O deus Sol (Inti) era o deus masculino e acreditavam que o Rei descendia dele. Atribuíam ao deus Sol qualidades espirituais, transmitidas à mente pela mastigação da folha de coca, daí as profecias que justificaram a criação de templos sagrados construídos nas encostas íngremes das montanhas andinas
Os incas construíram diversos tipos de casas consagradas às suas divindades. Alguns dos mais famosos são o Templo do Sol em Cusco, o templo de Vilkike, o templo do Aconcágua (a montanha mais alta da América do Sul) e o Templo do Sol no Lago Titicaca. O Templo do Sol, em Cusco, foi construído com pedras encaixadas de forma fascinante. Esta construção tinha uma circunferência de mais de 360 metros. Dentro do templo havia uma grande imagem do sol. Em algumas partes do templo havia incrustações douradas representando espigas de milho, lhamas e punhados de terra. Porções das terras incas eram dedicadas ao deus do sol e administradas por sacerdotes.
Os sumo-sacerdotes eram chamados Huillca-Humu, viviam uma vida reclusa e monástica e profetizavam utilizando uma planta sagrada chamada huillca ou vilca com a qual preparavam uma chicha de propriedades enteógenas que era bebida na "Festa do Sol", Inti Raymi. A palavra quíchua Huillca significa, simplesmente, algo "santo", "sagrado".

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Civilização Inca

Civilização: Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.
O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.

Arquitetura: Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade.

Agricultura: A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias

Arte: Os incas produziam artefatos destinados ao uso diário ornados com imagens e detalhes de deuses. Era comum na cultura inca o uso de formas geométricas abstratas e representação de animais altamente estilizados no feitio de cerâmicas, esculturas de madeira, tecidos e objetos de metal. Eles produziam belos objetos de ouro e as mulheres produziam tecidos finos com desenhos surpreendentes.

Culinária: A comida inca consistia principalmente de vegetais, pães, bolos, mingaus de cereais (notadamente de milho ou aveia), e carne (assados ou guisados), comumente de caititus (porcos selvagens) e de lhama. Apesar da dieta dos incas ser muito variada, havia muitas diferenças entre os alimentos consumidos pelos diversos setores da sociedade.

A gente do povo só comia duas refeições por dia. O prato comum dos Andes era o chuño, ou farinha de batata desidratada. Adicionava-se água, pimentão ou pimenta, e sal para então servir. Eles também preparavam o locro com carne seca ou cozida, com muito pimentão, pimenta, batatas e feijão. Eles comiam ainda grandes quantidades de frutas, como a pêra picada ou o tarwi. O milho era bastante consumido e era preparado fervido ou torrado.

Os nobres e a família real se alimentavam muito melhor do que o povo. Na mesa do Inca não podia faltar carne, mas era escassa para o povo. Ele comia carne de lhama, de vicunha, patos selvagens, perdizes da puna, rãs, caracóis e peixe.

A refeição começava com frutas. Depois vinham as iguarias, apresentadas sobre uma esteira de juncos trançados eram estendidos no solo. O Inca se acomodava em seu assento de madeira, coberto com uma tela fina de lã e indicava o que lhe agradava. Daí, uma das mulheres de seu séqüito o servia em um prato de barro ou de metal precioso, que segurava entre suas mãos enquanto o Inca comia. As sobras e tudo que o Inca havia tocado, devia ser guardado em um cofre e queimado logo depois, dispersando as cinzas.

Continua

Origem dos Incas

Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes ( América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cuzco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.

Os Incas habitavam os planaltos andinos, desde a Colômbia até as regiões do Chile e da Argentina atuais, tendo o atual Peru como o centro político, econômico e demográfico. As tribos Incas chegaram à Bacia do Cuzco, no interior dos Andes do Peru, por volta do século XIII. Ai coligou-se com outros povos existentes na região, adotou inúmeros traços culturais inclusive a língua “quíchua”, que impuseram depois na região dos Andes.

A denominação Inca se deu a partir de inúmeras guerras. Essas guerras criaram no interior do império, militares interessados nas atividades bélicas, porque essas lhe traziam benefícios, tais como títulos, bens e mão-de-obra servil. As guerras também visavam obter seres humanos para serem sacrificados dos deuses Incas.

O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres ( governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa ( artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.

Apesar de arqueólogos e historiadores não concordarem, acredita-se que os incas vieram de uma região árida e montanhosa localizada nos Andes Centrais. Por razões também desconhecidas, eles deixaram seu lugar de origem em busca de novos territórios.

Ao chegar a Cuzco, aproximadamente no ano 1100, eles decidiram se estabelecer. A principal razão desta decisão foi a terra boa de cultivo que eles encontraram e também por se sentirem protegidos entre as montanhas de possíveis inimigos. Cuzco é um vale rico andino, situado na confluência dos rios Huantanay e Tullumayo, rodeada de um circo de montanhas que atingem uma altura de mais de 3000 metros acima do nível do mar.

Para se estabelecer em Cuzco eles tiveram que lutar e vencer o povo que vivia na região, provavelmente de língua aymará. Segundo alguns pesquisadores, os incas se aliaram aos senhores da região de Titicaca, com a qual mantinham estreitos vínculos econômicos.

De acordo com os relatos míticos dos incas, a fundação de Cuzco é atribuída a Manco Capac, considerado um herói e um deus. Ele foi o primeiro Inca, nome dado mais tarde aos monarcas, e estabeleceu as primeiras regras da organização social, que nesta época era um pequeno estado com pouco poder.
O sucessor de Manco Capac, Sinchi Roca, que significa herói guerreiro, iniciou a série de monarcas lendários que fortaleceram seu assentamento em Cuzco e dominaram o território até o lago Titicaca.